Custo individual de presos no Piauí, de R$ 3.223,70, superou a média nacional em 2022

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) divulgou um levantamento que apontou que a média gasta em 2022 com cada detento no Piauí supera a média nacional, além de ser mais de 14% maior que o custo médio do estado em 2021.

De acordo com os dados do Depen, em 2022, o Piauí gastou uma média de R$ 3.223,70, ultrapassando a média nacional, que é R$ 2.360,72A diferença é de R$ 862,98, 26% maior.

O estado conta com 6.449 presos, incluindo os 598 monitorados com tornozeleira eletrônica.




Conforme o levantamento, em 2022, o Estado chegou a gastar R$ 38.684,46 por cada preso durante o ano. No ano anterior, 2021, o valor anual gasto por preso foi de R$ 33.157,93.

No entanto, o movimento Agenda Nacional Pelo Desencarceramento, denunciou que os familiares dos detentos são responsáveis pela alimentação de melhor qualidade, o que causa dúvida sobre onde o valor alto está sendo distribuído.

Depoimento de familiares e amigos de presos

Falta de assistência à saúde, alimentação precária e até tortura, denúncias que uma mulher, que não quer ser identificada, membro do movimento Agenda Nacional pelo Desencarceramento do Brasil, afirma serem uma realidade no sistema carcerário do Piauí.

"Condições sub humanas. A família tem uma grande parcela, é quem sustenta essas pessoas dentro do presídio. Com alimentação, com roupa, um creme dental sabonete, medicação, chinelo, todo tipo de objeto para uso pessoal e para se alimentar. Se não tivesse alimentação comprada e levada para eles, era uma calamidade total", denuncia.

A mulher acredita que o aprisionamento sem políticas públicas adequadas não favorece a ressocialização.

"Precisa ter novas formas de fazer com que essas pessoas saiam melhores. Não voltem mais. A gente tem que ter um programa, uma parceria com o governo para essas pessoas que estão presas com empresários, com entidades, enfim, que possam receber essas pessoas e que elas já sejam inseridas no trabalho", explica.

Uma carta aberta sobre a realidade dos detentos foi enviada ao Governo do Estado e a órgãos da Justiça do Piauí pela Pastoral Carcerária do Estado, coordenada pelo padre João Paulo. No documento são relatados denúncias de violações de direito dentro das unidades penais.

Segundo o Pe. João, um trecho da carta aponta para as seguintes questões: "Relatos de maus tratos, lesões corporais, uso de celas especificas para castigo". Conforme o coordenador o pedido é uma apelação para que as autoridades tomem providências para tentar minimizar a situação.

O que dizem as autoridades

O presidente do Sindicado dos Agentes Penitenciários do Piauí, Vilobaldo Carvalho, questiona a metodologia do levantamento do Depen, mas concorda que a gestão dos recursos alocados precisa ser mais eficiente.


FONTE: G1PIAUÍ

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