O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome, Wellington Dias (PT), afirmou que a revisão do Cadastro Único,
a base de dados sobre beneficiários do Auxílio Brasil, que o governo já chama
de Bolsa Família, pode ser concluída em até 90 dias.
"O coração do governo é cuidar dos
mais pobres, cuidar das necessidades, nas mais diversas áreas. Da fome, num
primeiro momento, mas também das outras necessidades", disse o ministro em
conversa com jornalistas nesta quinta-feira (5), durante a posse da ministra do
Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
"E o cérebro para orientar não só o
Ministério do Desenvolvimento Social, mas todas as áreas, é o cadastro único.
O ministro já anunciou que a pasta fará
uma reformulação do programa assistencial, e que a atualização do cadastro é
uma prioridade para assegurar que o benefício seja mantido par aqueles que de
fato se enquadram nos critérios. Segundo Dias, algumas pessoas recebem o
benefício indevidamente.
O próprio governo Jair Bolsonaro (PL)
projetou o bloqueio de pagamentos a mais de 2,5 milhões de contemplados por
identificar irregularidades.
No entanto, até a conclusão do novo desenho, o governo de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) vai manter os pagamentos nos moldes atuais.
Dias reforçou que o governo precisa de
segurança e eficiência para garantir o Bolsa Família, e que esses itens passam
obrigatoriamente pela revisão do cadastro.
"O que posso afirmar é que o cadastro único está desatualizado, tem hoje
uma insegurança para lidar com ele, e a orientação do presidente é que façamos
uma atualização do cadastro", afirmou o ministro.
"Há uma decisão judicial, uma
recomendação do Ministério Público para que trabalhemos inicialmente com uma
perspectiva de 90 dias. Estamos agora com as equipes técnicas debruçadas nas
alternativas exatamente para trabalharmos no menor prazo possível.
Dias também destacou que a reformulação
do programa inclui fazer um processo de reintegração de prefeituras, estados e
entidades para recuperar toda a rede de assistência social que foi fragmentada
durante a gestão bolsonarista.
A atualização do cadastro, destacou o
ministro, é essencial para liberação do benefício adicional de R$ 150 por
criança entre zero e seis anos.
"É preciso ter um sinal técnico para termos segurança [para este
pagamento]", disse Dias.
O ministro ainda afirmou que não há uma
definição de como proceder com os beneficiários do Bolsa Família que utilizaram
o empréstimo consignado, mas têm dificuldade de quitar as parcelas. Uma
alternativa seria liberar a sua participação no Desenrola, o programa de
renegociação de dividas anunciado pelo Ministério da Fazenda para famílias e
pequenas empresas com dificuldades financeiras
Essa modalidade de empréstimo, adotada majoritariamente pela Caixa, foi
suspensa pela Justiça no final do ano passado, mas muitos beneficiários
chegaram a contratar o financiamento.
"O grupo de trabalho tem que tratar
sobre isso, porque o Auxílio Brasil envolve bancos e decisões judiciais",
disse Dias.
FONTE: 180GRAUS
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