O Instituto de Criminalística do Piauí concluiu
na última terça-feira (13/12.22), os exames de balística solicitados no
âmbito do inquérito que apura a morte da criança de 6 anos, Débora Vitória,
filha de Dayane Gomes. A criança foi morta durante um assalto à sua mãe,
que ocorreu no último dia (11/11), na rua Jaicós, bairro Ilhotas, Centro Sul de
Teresina. No momento do crime, um policial militar que estava próximo e
presenciou a ação criminosa trocou tiro com um dos suspeitos.
O assaltante foi preso cerca de 3h após a ocorrência por equipes
da Força Tarefa da SSP-PI. A arma do criminoso e a do PM foram recolhidas pela
Polícia Civil nos dias seguintes para a realização do exame. O resultado aponta
que o disparo que ceifou a vida de Débora partiu da arma do policial,
corroborando declarações que a mãe da criança já havia dado à Imprensa durante
este ínterim.
“O projétil que foi disparado pela arma dele transfixou o braço
esquerdo, atingiu o tórax e se alojou no braço direito, o núcleo do chumbo que
estava naquele projétil e ficou aqui [no braço dela], de onde o médico retirou,
e aquele encaminhamento que usamos para o exame de comparação, que fazia parte
do projétil que ficou no local foi o que deu positivo pra arma dele [do PM]”,
informou a perita criminal Julieta Castelo Branco, em entrevista à TV
Clube.
O advogado da família informou à emissora que aguarda o
indiciamento do policial. “Agora [queremos] que o inquérito seja concluído,
seja o acusado indiciado pela polícia e posteriormente denunciado pelo
Ministério Público e nós vamos acompanhar de perto para que assim, se deus
quiser, trazer um acalento para esta mãe que praticamente perdeu a vida junto
com a filha”, comentou.
Já a delegada à frente do inquérito, Nathalia Figueiredo, do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vê o caso como “dolo
eventual”, ou seja, quando alguém não possui vontade de praticar tal ato, mas
assume o risco ao seguir adiante.
“Através da análise dos depoimentos que foram colhidos e da
dinâmica da situação veio pra mim o convencimento de que, de fato, tratou-se de
dolo eventual, que é uma situação na qual mesmo que a pessoa não queira
praticar determinado resultado, ela continua praticando a conduta assumindo o
risco dessa conduta acontecer. Assim, entendi que houve o dolo eventual e vai
caber ao promotor, através da análise, fazer o juízo dele como titular da ação
penal e através da denúncia. Ou ele vai entender como homicídio doloso ou
homicídio culposo, isso cabe ao promotor”, finalizou a delegada Nathalia
Figueiredo.
O crime
Na noite da sexta-feira (11/11), por volta das 18h30, Dayane
Gomes, chegava em sua motocicleta Honda Bros a uma residência na rua Jaicós,
bairro Ilhotas em Teresina, quando foi abordada por dois suspeitos em outra
moto. Um deles apontou a arma e anunciou o assalto, levando o celular da
vítima. Um policial militar que percebeu a ação dos meliantes tentou intervir e
efetuou disparos na direção dos bandidos.
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