O preço da gasolina nos postos de combustível do país teve alta
de 1,47% segundo a pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A última edição do levantamento,
divulgada hoje (17), indicou que o consumidor brasileiro pagou em média R$ 4,86
por litro na semana de 9 a 15 de outubro.
O aumento foi registrado após 15 semanas de quedas sucessivas, e
ocorre após nova alta da gasolina na Refinaria de Maritape, a maior do país sob
controle do setor privado. A Acelen, empresa responsável pela sua operação,
anunciou no sábado (15) um reajuste de 2%. Ela já havia corrigido os valores 7
dias antes em 9,7%.
Os anúncios da Acelen seguem a tendência das variações no
mercado internacional. A cotação do barril de petróleo tipo brent, que
registrou uma forte queda em setembro, chegando a custar US$ 82, voltou a subir
acima dos US$ 90 neste mês. A alta foi influenciada pela decisão da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de efetuar um profundo corte na
produção.
A Petrobras, no entanto, não anuncia mudanças nos preços
praticados em suas refinarias há mais de 1 mês. A última alteração foi uma
redução de 7% anunciada no início de setembro.
Desde 2016, a Petrobras adota a Política de Preços de Paridade
de Importação (PPI), que vincula os preços praticados no país aos que são
praticados no mercado internacional. A referência é o barril de petróleo tipo
brent, cotado em dólar.
Com base no PPI, os combustíveis sofreram forte alta no primeiro
semestre do ano, o que gerou manifestações de insatisfação do presidente da
República, Jair Bolsonaro. Em maio, ele trocou o comando da estatal pela quarta
vez durante seu mandato, nomeando Caio Mário Paes de Andrade. Bolsonaro também
editou uma medida provisória, posteriormente aprovada no Congresso, desonerando
tributos e contribuindo para a queda nos preços dos combustíveis.
Não houve, no entanto, nenhum anúncio de mudança no PPI. Nas
redes sociais, parlamentares de oposição alertam que o governo vem pressionando
a direção da Petrobras para segurar os preços em meio ao processo eleitoral. O
segundo turno acontecerá no dia 30 de outubro. Em resposta, Bolsonaro tem feito
publicações sustentando que a desoneração possibilitou a manutenção dos preços
no patamar atual e permitiu consequentemente o barateamento dos alimentos.
Segundo cálculo da Associação Brasileira dos Importadores de
Combustíveis (Abicom), o valor médio da gasolina nas refinarias do país está
defasado em R$ 0,30 por litro, ou 8%. A entidade monitora quase diariamente as
variações levando em conta o PPI.
Diesel e
gás
Os postos brasileiros também subiram os preços do etanol
hidratado. É o segundo aumento consecutivo. O litro tem sido comercializado em
média a R$ 3,46. O valor é 2,08% superior ao registrado no levantamento
anterior.
A pesquisa semanal da ANP aponta ainda uma alta de 0,33% no
preço do gás de cozinha. O botijão de 13 quilos tem sido vendido em média a R$
110,99. Já o diesel se manteve estável, sendo comercializado a R$ 6,51 na
semana passada, R$ 0,01 abaixo do último levantamento.
FONTE: PIAUI HOJE
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