Macacos
expostos ao coronavírus Sars-Cov-2
conseguiram desenvolver imunidade em 28 dias, aponta um estudo chinês
publicado nesta quinta-feira (2) pela revista científica "Science".
Ainda é incerto para os pesquisadores como essa proteção se
desenvolve em humanos e qual é seu tempo de duração.
Cientistas
da Peking Union Medical College usaram macacos Rhesus como cobaias
para o experimento com o vírus causador da Covid-19. A escolha dessa
espécie de primata é comum para pesquisas por conta das suas
semelhanças com o homem.
Durante
o período do estudo, seis animais foram infectados por uma dose do
Sars-CoV-2. Eles chegaram a desenvolver sintomas leves a moderados da
doença e levaram cerca de duas semanas para se recuperar.
Depois
de 28 dias, quatro dos seis macacos foram injetados novamente com o
coronavírus, mas desta vez, não apresentaram sinais de uma
reinfecção. Segundo o estudo, foi registrado apenas um leve aumento
na temperatura corporal dos primatas.
Pico viral
Os
cientistas coletaram amostras dos animais com bastante frequência
durante o período da infecção, e perceberam que depois de três
dias, os macacos tiveram um pico na concentração da carga viral.
Após
a primeira infecção, as cobaias desenvolveram uma resposta
imunológica mais resistente. O estudo cita a criação de anticorpos
neutralizantes, que bloqueiam o vírus. Segundo os pesquisadores, é
por isso que os primatas foram poupados de uma reinfecção a curto
prazo.
Entretanto,
os cientistas reconhecem a necessidade de mais estudos para avaliar o
tempo de duração desta imunidade nos animais.
Imunes após a infecção
No
mês passado, outras duas pesquisas atestaram
que macacos Rhesus foram capazes de desenvolver imunidade após
se recuperar da infecção pelo novo coronavírus. As pesquisas são
um sinal de que vacinas contra a doença podem vir a ser efetivas.
Em
um dos estudos publicados, nove macacos foram infectados com a
Covid-19. Depois que eles melhoraram, os animais mais uma vez foram
expostos ao vírus, mas não adoeceram.
Em
um segundo estudo, outros 25 macacos foram testados com seis
protótipos de vacinas para analisar se os anticorpos produzidos em
resposta eram protetivos.
Eles
infectaram esses animais e outros 10 macacos de um grupo de controle
ao coronavírus que causa a Covid-19.
Todos
os animais do grupo de controle demonstraram grande quantidade do
vírus em seus narizes e pulmões, mas nos macacos vacinados, os
pesquisadores identificaram um "grande grau de proteção".
Oito dos animais vacinados ficaram completamente protegidos.
Esses
estudos, que foram revisados, não provam que humanos desenvolvem
imunidade ou o tempo que isso pode durar, mas ajudam a criar otimismo
esse sentido.
Fonte: G1
0 Comentários